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"O Cinema Segundo Pasolini" disponível para marcações
O Ciclo “O Cinema segundo Pier Paolo Pasolini” é uma reposição em cinema das primeiras 6 obras, em cópias restauradas por ocasião do centenário de um dos maiores intelectuais do séc. XX. Tratam-se de 5 longas-metragens de ficção e 1 documentário. Os filmes estão disponíveis para marcação e exibição em todo o país.
Para celebrar a vida e a obra de Pier Paolo Pasolini, nascido a 5 de março de 1922, a Risi Film, com o apoio do Istituto Italiano de Cultura de Lisboa, apresenta o ciclo “O Cinema segundo Pier Paolo Pasolini” com as primeiras 6 obras restauradas por ocasião do centenário de um dos maiores intelectuais do séc. XX.
Um ciclo composto por seis filmes essenciais do cineasta, disponíveis para marcação em: distribuicao@risifilm.pt
ACCATTONE (1961)
Olhar dolorosamente humano que se alonga pela tragédia, pela indigência, pela escassez
Vittorio (Franco Citti), conhecido como Accattone (calão para “pequeno meliante”), habita os subúrbios de Roma e leva uma vida marcada pelo ócio, como chulo, enquanto explora a namorada Maddalena (Silvana Corsini) e passa o tempo com os seus companheiros. Mas quando Maddalena é maltratada por elementos de um bando rival, por ter denunciado um dos seus, acaba na prisão e Accattone fica sem meio de subsistência.
O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS (1964)
Drama bíblico inovadoramente naturalista e despojado, com a vida de Cristo recontada a partir do Evangelho segundo Mateus.
Nesta obra maior, o realizador italiano Pier Paolo Pasolini apresenta-nos um Cristo completamente distinto do estilo ‘épico’ com que o cinema o vinha caracterizando; um Cristo solar que se faz acompanhar da música de Bach, enquanto a Virgem é interpretada pela mãe do próprio autor.
MAMMA ROMA (1962)
Um retrato neorealista de martírio maternal que marca uma transição na filmografia inicial do subversivo Pasolini
Segundo filme de Pasolini, com argumento original da sua autoria e uma das primeiras obras do cineasta a retratar os marginais da sociedade italiana. A partir da história melodramática de uma prostituta de Roma que tenta dar uma vida digna ao seu filho, Pasolini constrói um filme com uma extraordinária dimensão poética e social, coroado por uma das mais exímias performances de Anna Magnani.
PASSARINHOS E PASSARÕES (1966)
Caprichosa fantasia fílmica sobre cristianismo e marxismo, também conhecida por ser o último filme do bem-amado actor cómico Totò
Um conto alegórico estreado em Cannes e no qual brilha o lendário Totò com um desempenho memorável. Enquanto se deslocam pela estrada fora e através do tempo, com uma incursão à época de S. Francisco de Assis, Totò e o seu filho (Ninetto Davoli) encontram um corvo falante (e intelectual de esquerda) que os acompanha na digressão.
REI ÉDIPO (1967)
Pasolini reinventa a tragédia de Sófocles num dos seus mais poderosos mas subestimados filmes, formulação inicial do seu “cinema-poesia”
Pasolini adapta Sófocles transformando “Edipo Re” numa “autobiografia”:« “Conto a história do meu próprio complexo de Édipo. Conto a minha vida mistificada, tornada épica pela lenda de Édipo.”
COMÍCIOS DE AMOR (1965)
Pasolini veste o uniforme de cineasta de guerrilha, saindo à rua de microfone na mão, para falar de sexo com os seus compatriotas.
Profundamente interessado pelo tempo em que vivia, Pasolini deu com “Comizi d’amore” um exemplo notável do que se chamava na época “cinema-verdade”. Objecto documental inusitado de um criador eternamente apostado em desafiar os limites e convenções do medium cinematográfico.
O ciclo tem o apoio do Istituto Italiano di Cultura Lisbona.