Em 1975, Tinto Brass, controverso e bizarro, capaz de suscitar escândalos com cada uma das suas obras, inspirou-se no romance homónimo de Peter Norden, sobre um bordel real na Berlim nazi, e criou uma obra que, mais uma vez, causou sensação entre críticos e o público, que tanto elogiou como denegriu este filme. 

No interior do bordel tudo se passa: vícios privados dos hierarcas, jogos proibidos, ataques de pânico e hedonismo desenfreado, seja por parte da proprietária como da sua colorida corte, que inclui pessoas de todos os sexos, empenhadas em viver uma realidade própria, totalmente alheias ao que a nação vive.  A astúcia de Teresa e a sua eterna ansiedade por conseguir ter sucesso, subvertem impiedosamente os planos de Wallenberg, e não só... Um corte transversal da Alemanha dos anos 30, um fresco de cores fortes e indeléveis, obviamente realizado ao estilo inequívoco de de Brass, com a sua inconfundível marca de ironia, pudor e voyeurismo.