I Vitelloni
de Federico Fellini
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Catálogo/s:
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Clássicos
Catálogo/s:
Itália, 1953, 112', Classificação M/12, Drama
com Alberto Sordi, Franco Fabrizi, Franco Interlenghi, Leopoldo Trieste
Projeção autobiográfica das memórias da juventude de Fellini, em Rimini. Um grupo de rapazes (“os inúteis”) que preenche o vazio dos dias de farra em farra, de namorisco em namorisco.
Os Inúteis foi o primeiro sucesso internacional do cineasta, valendo-lhe o Leão de Prata no Festival de Veneza e a nomeação para o Óscar de Melhor Argumento Original. Aqui estão presentes as memórias de juventude do próprio Fellini na sua cidade natal, Rimini.Cinco jovens permanecem num limbo pós-adolescente, sonhando com aventuras e o dia em que deixarão para trás a pequena cidade costeira onde arrastam a existência. Como quem tenta encontrar um sentido na vida provinciana, preenchem o vazio dos dias com namoricos e farras, às custas das suas famílias indulgentes. Um dia, um deles decide largar tudo e apanha o comboio para Roma...Este terceiro título da filmografia de Federico Fellini é a sua primeira obra semiautobiográfica, com personagens bem desenhadas: o perseguidor de saias Fausto, forçado a casar com a rapariga que engravidou; Alberto, a eterna criança; Leopoldo, um escritor sedento de fama; e Moraldo, o único membro do grupo atormentado pela própria consciência.
Festivais e Prémios:
Festival de Veneza
Leão de Prata - Melhor Realizador (1953)
Oscar
Nomeação - Melhor Guião Original (1953)
Ficha técnica:
Argumento Federico Fellini, Tullio Pinelli e Ennio Flaiano
Fotografia Otello Martelli
Edição Rolando Benedetti
Música Nino Rota e Franco Ferrara
Produção Lorenzo Pegoraro, Mario De Vecchi e Jacques Bar
Nasceu em janeiro de 1920, e ficou conhecido pelo estilo peculiar que funde fantasia e imagens barrocas. É considerado uma das maiores influências e um dos mais admirados realizadores do século XX. Cresceu em Rimini e, como tal, as suas experiências de infância vieram a ter uma parte vital em muitos dos seus filmes, em particular em "I Vitelloni", de 1953; "8½" (1963) e "Amarcord" (1973). Durante o regime fascista de Mussolini, Fellini e seu irmão, Riccardo, fizeram parte de um grupo fascista que era obrigatório para todos os rapazes da Itália: o "Avanguardista". Ao mudar-se para Roma em 1939, conseguiu um trabalho bem remunerado, escrevendo artigos num semanário satírico muito popular na época: o Marc’Aurelio. Foi nesse período em que entrevistou o renomado ator Aldo Fabrizi, dando início a uma amizade que se estendeu para a colaboração profissional e um trabalho em rádio. Numa época de alistamento compulsório desde 1939, Fellini sem dúvida conseguiu evitar ser convocado usando de artifícios e truques de grande perspicácia. Conheceu sua esposa Giulietta Masina em 1942, casando-se no ano seguinte, a 30 de outubro. Assim começa uma grande parceria criativa no mundo do cinema, a começar pelo "La Strada" de 1954. Com uma combinação única de memória, sonhos, fantasia e desejo, os filmes de Fellini têm uma profunda visão pessoal da sociedade, não raramente colocando as pessoas em situações bizarras. Existe um termo "Felliniesco" que é empregado para descrever qualquer cena que tenha imagens alucinógenas que invadam uma situação comum. "La Dolce Vita" de 1960 é considerado uma das obras-primas de Federico Fellini, juntamente com "8½" e "Amarcord". O filme é uma crítica aberta à sociedade romana do pós-guerra, retratando uma instituição decadente e hedonista, marcada pela superficialidade e incomunicabilidade, temas desenvolvidos ao longo do filme. Foi considerado um dos 1000 melhores filmes de todos os tempos pelo The New York Times. Fellini também escreveu textos para programas de rádio e textos para filmes (mais notavelmente para Rossellini, Pietro Germi, Eduardo De Filippo e Mario Monicelli); escreveu ainda inúmeras anedotas, muitas vezes sem crédito, para conhecidos comediantes como Aldo Fabrizi. Uma fotonovela de Fellini chamada "Uma Viagem para Tulum" foi publicada na revista Crisis, com arte de Milo Manara e publicada como gibi pela Catalan Communications, no mesmo ano. Em 1993, recebeu um Oscar de Honra em reconhecimento das suas obras que chocaram e divertiram audiências pelo mundo fora. No mesmo ano, em outubro, Fellini morreu de ataque cardíaco em Roma, aos 73 anos (um dia depois de completar cinquenta anos de casado). A sua esposa, Giulietta, morreu seis meses depois, com um tumor no pulmão. Giulietta, Fellini e Pierfederico estão enterrados no mesmo túmulo de bronze esculpido por Aldo Pomodoro. Em formato de barco, o túmulo está localizado na entrada do cemitério de Rimini – a sua cidade natal.